Outro dia olhando pela janela da minha sala observei atentamente tudo o que aquele grande quadrado me possibilitava ver. De dentro para fora eu podia enxergar a sombra de algumas árvores. Entre suas folhas os raios de um sol tímido, um céu com nuvens esfumaçadas que às vezes generosamente me permitiam ver alguns pedacinhos do céu azul, alguns pássaros e algumas crianças que passavam diante da minha janela, já que moro no térreo de um condomínio com vários prédios e muitas famílias com crianças residem ali também. Diante desse cenário uma questão surgiu em meu pensamento. E de fora para dentro o que era possível ver? Bom, como eu havia me mudado recentemente, qualquer que olhasse para minha janela pelo lado de fora enxergaria certa desarrumação. Mas, pensar nisso tudo me levou a uma reflexão um pouco mais profunda. Pensei em nós como habitação, como templo.
“Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?” I Coríntios 3:16
Sendo nós habitação vamos imaginar nossos olhos como sendo a representação da janela dessa habitação, como já dizia Leonardo da Vinci: “Os olhos são a janela da alma e o espelho do mundo”. As perguntas que se desencadearam em seguida foram um tanto quanto óbvias. Em que condições eu, como morada do Espírito Santo me encontro? Do lado de fora, ao olharem pela janela, o que as pessoas podem ver?
É claro que a busca das respostas para essas questões me levou a um processo doloroso de percorrer e analisar cada cômodo do meu interior. Eu digo doloroso processo, porque olhar para dentro de nós mesmos aumenta nossa consciência sobre nossa verdadeira condição, ou seja, nosso estado pecador.
“Porque na muita sabedoria há muito enfado; e o que aumenta em conhecimento, aumenta em dor.” Eclesiastes 1:18
Entretanto, há o lado positivo dessa auto investigação. O apóstolo João disse: “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” João 8:32. Portanto, podemos dizer que o conhecimento, ou melhor, o reconhecimento é libertador! Isso significa que conhecer implica reconhecer que nosso “Eu”, egoísta e com tendência para o mal, não pode dividir a habitação com Cristo Jesus que quer habitar em nós através da pessoa do Santo Espírito;
“Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel? E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, e entre eles andarei; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo.” 2 Coríntios 6:14-16
Conhecer requer de nós admitirmos que como morada precisamos da permanência e manutenção constante do Espírito Santo, principalmente se desejamos nos apresentar diante de Deus com um caráter irrepreensível;
“Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Romanos 12:1-2
Como morada, somente poderemos ser dignos de habitar o Espírito Santo se reconhecermos e aceitarmos humildemente que precisamos de um salvador. Jesus é nosso Salvador e Redentor.
“Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo.” Apocalipse 3:20
Outra condição pra que sejamos habitação do Santo Espírito e templo de Deus é nos entregarmos ao amor transformador que é a essência de Seu caráter, pois esse amor permeando em nós pode transbordar como fruto agradável.
“Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança.” Gálatas 5:22. “Se vivemos em Espírito, andemos também em Espírito.” Gálatas 5:25
Que ao olharem pela janela de nossa alma seja possível ver a beleza de um interior inundado de amor e transformado pela presença constante do Espírito de Deus que habita em nós.
Muitas benções a todos!
Abraços
Nivia Campos
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